Dia Mundial do Autismo, dia de conscientização

Dia Mundial do Autismo, dia de conscientização

por Alcione Marques

 

Conforme artigo publicado no site Synapse, crianças com Transtornos do Espectro Autista (TEA), como autismo e síndrome de Asperger, podem apresentar problemas de desenvolvimento nas seguintes dimensões:

• Comunicação verbal e não verbal;

• Interação social;

• Criatividade e

• Processamento sensorial.

As crianças no espectro autista podem ter problemas para entender ou comunicar suas necessidades aos professores e colegas. Eles podem ter dificuldade em entender algumas instruções da sala de aula e de absorver as dicas sutis manifestadas na voz ou na expressão facial dos professores. Interação social inadequada pode levar a comportamentos desafiadores, intimidação e ostracismo. Dificuldades com brincadeiras imaginativas ou criativas dificultam as interações com outras crianças e significam que muitas estratégias de ensino não sejam eficazes.

Alguns apresentam problemas sensoriais – o aluno não pode lidar com ambientes barulhentos, ser tocado por outros ou manter contato visual.

Essa incapacidade de decifrar completamente o mundo ao seu redor geralmente torna a educação estressante para a criança. E os professores frequentemente relatam que acham difícil atender às necessidades dos alunos com TEA.

Os professores precisam estar cientes do distúrbio de um aluno e, idealmente, devem ter treinamento específico em educação sobre autismo, para que possam ajudar o aluno a tirar o melhor proveito de suas experiências em sala de aula.

Algumas estratégias básicas para a sala de aula

Auxílios visuais

Alguns alunos aprendem com mais eficiência com recursos visuais, pois conseguem entender melhor o material apresentado visualmente. Por esse motivo, muitos professores criam recursos visuais para trabalhar com os seus alunos autistas, como cartões com imagens. Isso permite que os alunos vejam concretamente o que está acontecendo ao longo do dia, para que saibam o que fazer em uma determinada atividade. Algumas crianças autistas têm problemas para passar de uma atividade para outra, portanto, esse cronograma visual pode ajudar a reduzir o estresse.

Estrutura e rotina

Estudantes com Transtornos do Espectro Autista geralmente não lidam com ambientes caóticos ou imprevisíveis. Os professores podem apoiar neste sentido, fornecendo à criança horários e as etapas das atividades.

Trabalhando em pares

A pesquisa mostrou que trabalhar em pares pode ser benéfico no ensino de crianças autistas. Esses alunos têm problemas não apenas com a linguagem e a comunicação, mas também com a socialização. Ao facilitar a interação entre colegas, os professores podem ajudar esses alunos a fazerem amigos, o que, por sua vez, pode fazer com que lidem melhor com diversas situações. Isso pode auxiliá-los a se tornarem mais integrados ao ambiente convencional da sala de aula.

Assistentes de professores para ajudar alunos autistas

O assistente de um professor também pode ser útil para o aluno, sendo capaz de dar instruções individuais, já que o professor muitas vezes não tem tempo para esta orientação específica à criança autista. Esse auxílio pode contribuir para que a criança consiga acompanhar as atividades do restante da classe. No entanto, alguns argumentam que os alunos com auxiliares individuais podem se tornar excessivamente dependentes da ajuda, podendo apresentar dificuldades com relação a sua independência, pois poderão não contar sempre com esse recurso.

Existem muitas técnicas diferentes que os professores podem usar para ajudar seus alunos. Um professor precisa se familiarizar com o distúrbio da criança para saber o que funcionará melhor com essa criança em particular. Cada criança é diferente e os professores precisam ter a capacidade de se adaptar a cada uma delas.

Reduzindo a ansiedade na sala de aula

Às vezes, os alunos com Transtornos do Espectro Autista apresentam altos níveis de ansiedade e estresse, principalmente em ambientes sociais como a escola. Se um aluno exibir comportamento agressivo ou explosivo, é importante que as equipes educacionais reconheçam o impacto do estresse e da ansiedade. Preparar os alunos para novas situações e encontrar novos caminhos, pode diminuir a ansiedade.

Para Alcione Marques, psicopedagoga, “O ensino de conceitos sociais e emocionais usando abordagens sistemáticas de ensino, como estratégias cognitivas comportamentais, podem aumentar a capacidade do aluno de controlar reações comportamentais excessivas.”