Por Sandra Vasques – psicopedagoga
A importância de Nomear Emoções
Estudos atuais das Neurociências apontam que para o pleno desenvolvimento da criança, nos diferentes ambientes pelos quais circula, além das competências cognitivas, devem ser trabalhadas também as competências socioemocionais. As crianças lidam diariamente com muitas emoções. Sentem raiva, alegria, tristeza, frustração e reagem a esses sentimentos de muitas maneiras – ficam eufóricas, gritam, ficam bravas e, por vezes, o fazem de maneira intempestiva. Vale dizer que todas as emoções são constitutivas dos seres humanos; sem elas, não teríamos evoluído ou sobrevivido em outros tempos históricos.
A necessidade de identificar, reconhecer, entender e comunicar as emoções é bastante destacada no trabalho com as competências socioemocionais e muito importante para o processo de desenvolvimento saudável e integral das crianças. As emoções interferem na vida delas, mas, quando devidamente reconhecidas e nomeadas, as auxiliam a se relacionar consigo mesmas e com os demais de maneira menos conflituosa.
Pais e professores podem e devem auxiliar a criança a expressar seus sentimentos. Oportunidades para que os identifiquem e nomeiem em si próprios e nos colegas, não faltam. Assim, conversar com as crianças sobre sentimentos ou sobre uma atitude que reconheçam como positiva e da qual se orgulhem, proporciona um espaço de validação para que elas passem a agir mais tranquilamente durante esse processo.
Encorajar a criança a falar sobre seus próprios sentimentos, ao invés de reagir a eles, é fundamental. Apoiá-la, enquanto está se manifestando, ensinando novas maneiras de se expressar e novas estratégias como afastar-se do conflito ou pedir o auxílio de um adulto, devem ser desenvolvidas. Incluir respiração abdominal, pedir ou oferecer um abraço quando ela está triste, agitada ou eufórica, também são exemplos de estratégias protetoras para a criança.
Utilizar uma lista de palavras que amplie as possibilidades de expressão da criança é útil no sentido de construção conjunta de um repertório que auxilie a adequada expressão de sentimentos, criando um espaço de apoio, harmonia e saúde. Desta maneira, por exemplo, além de dizer que está triste ou brava, a criança poderá usar outras palavras para melhor descrever o que sente: impaciente, com raiva, ansiosa, tensa, desconfortável, solitária, envergonhada, frustrada ou desapontada. Para situações nas quais está se sentindo muito feliz ou alegre: satisfeita, orgulhosa, aliviada, triunfante, eufórica, animada, entre tantas outras.
Quando as crianças entendem as emoções e as comunicam de maneira assertiva e eficiente, elas podem e conseguem, ao reconhecê-las, escolher melhores estratégias para resolver problemas e lidar com eventos negativos, ou positivos, desenvolvendo, gradualmente, a percepção sobre a perspectiva do outro.
Fontes:
http://csefel.vanderbilt.edu/documents/teaching_emotions.pdf
http://www.child-encyclopedia.com/sites/default/files/docs/coups-oeil/emotions-info.pdf