Recentemente, Whitney P. Gordon escreveu um artigo sobre  para o site Teachhub em que relata sua experiência envolvendo a prática da narrativa ou do storytelling com as crianças em sala de aula.

Imagine, por exemplo, uma cena muito comum na escola primária – um grupo de crianças sentadas no chão da sala de aula, enquanto um professor lê um livro para elas. Uma das práticas favoritas da autora para ensinar em sala de aula é propor que os alunos procurem extrair o tema da narrativa. Os alunos são convidados a analisar o tema de forma colaborativa, o que desenvolve inúmeras habilidades de pensamento e comunicação.

Seguem algumas dicas enviadas pela autora para enriquecer suas aulas com o storytelling:

 

Seja Pessoal

A narração eficaz de histórias em sala de aula não pode existir sem a transparência. Quando você conta histórias sobre suas experiências, os alunos têm uma janela rara e valiosa sobre quem você é e como eles podem se relacionar com você. Uma das minhas maneiras favoritas de incorporar histórias é contar aos alunos sobre minhas imperfeições como ex-aluno. Essas histórias humanizam a figura do professor diante dos alunos e as inspiram a superar suas próprias falhas e adquirem maior autonomia e autoconfiança. Acredite ou não, mas alguns alunos que parecem desmotivados podem estar sofrendo de falta de perdão por seus próprios erros.

Além de compartilhar suas experiências acadêmicas, você pode compartilhar outras experiências pessoais conforme a necessidade surgir. Os alunos adoram ouvir histórias engraçadas sobre rivalidades entre irmãos quando analisamos a cultura familiar e também gostam de compartilhar os desafios que eles próprios têm no dia a dia. As histórias pessoais podem ser leves ou mais profundas e ajudarão bastante na construção do relacionamento com seus alunos.

 

Contar histórias cria habilidades valiosas

Contar histórias não é valioso apenas por causa das pontes que constrói entre o professor e seus alunos; também trabalha para desenvolver habilidades valiosas na sala de aula. Os alunos aprendem a se tornar ouvintes ativos e críticos por meio da narrativa. As histórias são tipicamente muito mais atraentes do que as palestras; portanto, os alunos têm maior probabilidade de realmente se sintonizar e interagir. Eles automaticamente começam a fazer conexões, avaliando ações, motivos e formulando perguntas. Essas são habilidades de comunicação interpessoal que nossos alunos precisam desesperadamente, mas geralmente não conseguem aprender por meio de palestras e anotações.

A capacidade de criar perguntas complexas com base em informações é a chave para uma comunicação eficaz. Este é um excelente subproduto da narrativa em sala de aula. Os alunos ficam intrigados com a sua história e fazem perguntas que levam você a fornecer mais detalhes. Sem saber, os alunos estão desenvolvendo habilidades eficazes para entrevistar e se engajando na aprendizagem baseada em perguntas.

 

Ensinar conteúdo através da narrativa

Como professor, a narrativa parece natural e necessária. A narração de histórias é aplicável a todas as áreas de estudo.

A matemática, embora aparentemente seja a mais inadequada, apresenta uma infinidade de oportunidades para contar histórias em sala de aula. Incorporar números em uma história para transmitir um problema de palavras é um exemplo. Em uma aula de geometria, por exemplo, o professor pode contar uma história que inclua diferentes formas e ângulos observados. Isso não apenas melhora as habilidades matemáticas dos alunos, mas também fornece uma exposição diferente dos problemas.

 

Narração interativa

Quando você implementa a narrativa de histórias na sala de aula, o ato não precisa ser um espetáculo individual. O professor deve incluir seus alunos em seus empreendimentos através de histórias interativas. Durante a narrativa interativa, os alunos são convidados a fazer perguntas, conversar, encenar e muito mais, enquanto o professor conta uma história. As possibilidades são infinitas e o engajamento é sempre alto!

Infelizmente, a prevalência de contar histórias diminuiu em nossa sociedade ao longo dos anos, mas podemos manter essa arte viva em nossas salas de aula. Ouvir é a habilidade de comunicação mais importante, e esta é uma maneira de desenvolver essa habilidade. Encontrar maneiras de incorporar histórias à sua sala de aula fortalecerá o relacionamento com os estudantes e aumentará seu envolvimento.

 

A experiência da NeuroConecte

Recentemente, Adriana Fóz, neuropsicóloga e autora de diversos livros infantis como “As Aventuras de Newneu – O Super Neurônio”, “Vamos Pintar na Poesia” e “Vamos Brincar na Poesia” por meio do convite feito pela profa. @claudiamcostarodrigues que conheceu seu um dos seus livros e o aplicou em sala de aula, visitou as crianças e professoras da EMEI Jardim Americanópolis, em São Paulo.

Durante essa visita, Adriana sentou-se com as crianças, todas ao seu redor, para contar a história narrada no seu livro “Vamos brincar de poesia”. As crianças vidradas nas palavras da autora, respondiam vividamente aos seus questionamentos. Adriana, emocionada com a receptividade das crianças tão pequenas, mas já tão apaixonadas pela leitura, parabenizando a iniciativa da professora Cláudia, comenta que a leitura é fundamental, pois aumenta a imaginação, aflora e aprimora a capacidade criativa da criança, promove melhorias na habilidade linguística, cria a oportunidade para trabalhar as emoções das crianças e as ajuda a aprimorarem suas habilidades comunicativas.

A psicopedagoga e sócia da Adriana, Alcione Marques a acompanhou na visita realizando um trabalho com as professoras de Competências Emocionais.