Por Patrícia Marques
Pois é, as nossas emoções podem nos ajudar ou nos atrapalhar em nossos estudos. As emoções guiam e suportam as nossas funções atencionais.
Goleman (2014), em seu livro FOCO, afirma: “ …nossas emoções e motivações criam distorções e desvios em nossa atenção…” Então, muitas vezes, as dificuldades de aprendizagem podem estar diretamente ligados a um sofrimento emocional.
Mas o que é aprendizagem?
Podemos dizer que aprendizagem é um conjunto de experiências, observações, memórias e interesses, que estabelecem ligações entre estímulos e respostas, resultando em uma modificação do indivíduo. A aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em seres humanos e está relacionada com a educação e com o desenvolvimento pessoal como um todo. A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante toda a vida do indivíduo. A teoria de aprendizagem de Vygotsky, grande psicólogo que realizou várias pesquisas na área do desenvolvimento da aprendizagem e morreu há mais de 80 anos, tem como foco o importante papel das relações sociais no nosso desenvolvimento intelectual. Para ele, o homem é um ser que se forma em contato com a sociedade. Em sua teoria, Vygotsky diz que o pensamento é gerado pela motivação, isto é, por desejos e necessidades, por nossos interesses e emoções.
Falando em emoções…
As emoções fazem parte da evolução da espécie humana e, obviamente, do desenvolvimento da criança e do adolescente, constituindo parte fundamental da aprendizagem humana. Seres humanos são animais sociais, a própria relação professor – aluno, primordial às aprendizagens escolares, não se concebe fora deste padrão. Eis a razão porque o cérebro humano integra inúmeros e complexos processos neuronais de produção e de regulação das respostas emocionais. Daniel Goleman, em seu livro “O cérebro e a inteligência emocional”, afirma que quando conseguimos lidar com nossas perturbações emocionais, a nossa capacidade de atenção e concentração aumentam. Ou seja, quando não estamos bem, dominados por angústias, medos, raiva ou preocupações, o nosso processo de aprendizagem será afetado instantaneamente. Aprendemos mais quando nos sentimos bem conosco e com os que estão ao nosso redor.
Quando estamos ansiosos, por exemplo, há uma queda na capacidade de atenção e concentração, pois ao entrarmos em estado de estresse, nosso corpo libera substâncias como cortisol, que tem como objetivo preparar o corpo para situações de ameaças e perigo, nesse processo ficaremos com batimentos cardíacos acelerados, pupilas dilatadas, prontos para o ataque, inibindo assim o processo de aprendizagem, pois o foco é outro, é de proteção.
Outro exemplo é quando um fato traz como resultado uma forte angústia, neste caso podem ser provocadas falhas temporárias na atenção e na concentração, impedindo o desenvolvimento de uma nova aprendizagem, gerando no indivíduo o chamado “branco” em provas ou atividades escolares.
Quem nunca ouviu falar ou experimentou o tal “branco” em uma prova?
A ansiedade, o estresse, as inseguranças e angústias, os medos… têm efeitos negativos e podem trazer como resultado o fracasso escolar, por outro lado, o entusiasmo, a curiosidade, o afeto, a alegria, a segurança e a coragem podem agir como facilitadores.
Para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva, é necessário que se crie um clima de segurança, de cuidado e de conforto. As emoções, quando gerenciadas de forma equilibrada e sadia, propiciam aprendizagens benéficas e prazerosas, componentes indispensáveis para o desenvolvimento intelectual e cognitivo de todo aluno.
Impossível separar emoções de aprendizagem!!!!
Quer saber mais?
Dicas de leitura:
FOCO, Daniel Goleman
Inteligência Emocional, Daniel Goleman