Por Patrícia Marques

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do desenvolvimento, cujos sintomas ocasionam dificuldades na vida pessoal e interpessoal com maior impacto na vida familiar e escolar da criança e ou adolescente. Os sintomas de TDAH podem perdurar até a idade adulta, causando prejuízos na vida como um todo, por isso, torna-se importante um diagnóstico precoce.

Conforme a ABDA – Associação Brasileira de Déficit de Atenção, o TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Barkley (2008) define o TDAH como uma desordem neurogenética do sistema executivo do cérebro.

Crianças com TDAH apresentam com frequência déficits nas funções executivas, pois resultado de pesquisas mostram que o transtorno compromete o desenvolvimento de regiões cerebrais importantes responsáveis por nossas emoções, motivação e sistema de recompensa, a região pré frontal. As funções executivas envolvem auto regulação  emocional,  capacidade de inibição,  capacidade de  definir prioridades, monitorar e controlar atitudes, flexibilidade, planejamento, memória de trabalho e organização. Funções executivas são, na verdade, todos os comportamentos e esforços voltados para a realização de uma tarefa. O lobo frontal é a região cerebral responsável pelas funções executivas. Como afirma o psicólogo Thomas Brown, elas representam o maestro na orquestra. As disfunções executivas são bastante presentes em indivíduos com TDAH. Entretanto, as famosas funções executivas são essenciais no processo de aprendizagem, pois contemplam aspectos como a atenção, controle inibitório, planejamento, memória operacional indispensáveis no processo de aquisição de novos conhecimentos.

O tratamento do TDAH deve envolver uma abordagem multidisciplinar, associando ou não o uso de medicamentos às intervenções psicoeducativas e psicoterapêuticas. É importante também que a criança e ou adolescente aprenda um pouco sobre o transtorno, os impactos em sua vida, o conhecimento do que está acontecendo ajuda a evitar os rótulos e a compreender que cada indivíduo funciona de uma maneira, com ritmos e formas de aprender diferentes uns dos outros, mas principalmente que é preciso se adaptar a situação e  encontrar  melhores caminhos. A consciência também colabora para que crianças, adolescentes e até as famílias evitem se apoiar ao transtorno para justificar um déficit.

Acredita-se que ao redor do mundo o transtorno pode afetar  de 8% a 12% das crianças (Barkley, 2008). No Brasil, o índice é de 5%, segundo pesquisa realizada pela  ABDA ( Associação Brasileira de Déficit de Atenção) em 2017.

 

Orientações para do indivíduo com TDAH:

  • Praticar esportes – irá auxiliar no controle inibitório;
  • Alimentação saudável – alguns alimentos, principalmente os industrializados, podem alterar o humor e trazer maior agitação;
  • Práticas meditativas – ajudará a perceber como está se sentindo e desenvolverá práticas atencionais;
  • Utilizar cronogramas e lembretes, a prática auxilia com as tarefas e trabalha a organização e definição de prioridades.

 

Quer saber mais?

Assista aos vídeos com Tom Brown:

Referências

Barkley, R. A. (2008) A natureza do TDAH. In Barkley, R. A. (Org.). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:manual para diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artmed.

https://tdah.org.br/