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Por Alcione Marque.

Pouca atenção é dada à formação do professor quando se trata de lidar com o estudante que enfrenta tratamento prolongado de saúde.

Muitas vezes este aluno tem que ficar longos períodos fora da escola e é necessário (além de ser um direito) que a aprendizagem aconteça no ambiente hospitalar, ambulatorial ou mesmo doméstico.
Além da atenção à prática pedagógica, é fundamental considerar a dimensão emocional do professor e do aluno neste contexto.
As descobertas das últimas décadas evidenciaram que, além de indispensável à racionalidade e à aprendizagem, as emoções têm impacto na saúde física e mental. Educar de modo deliberado as emoções passou a ser uma ação necessária e o conceito de aprendizagem socioemocional ganha relevância. Assim, o desenvolvimento de habilidades para lidar melhor com a dimensão emocional é congruente com a concepção de promoção de saúde mental e tem a escola como espaço privilegiado.
Quando consideramos o contexto de ensino de alunos em tratamento contínuo de saúde, esta dimensão torna-se ainda mais relevante para o professor, uma vez que a fragilidade emocional do aluno e os desafios que o docente enfrenta nesta prática pedagógica demandam maior habilidade em lidar com suas próprias emoções e com as do estudante.
Crianças e jovens em tratamento de doenças crônicas podem ter grande taxa de absenteísmo, irregularidades na frequência escolar e necessidade que o ensino aconteça em ambiente hospitalar, ambulatorial ou doméstico. Estes estudantes têm maior probabilidade de ter problemas de comportamento, isolamento social, depressão e maior ansiedade. Adicionalmente, tem maior chance de apresentar desempenho acadêmico abaixo do esperado em razão do absenteísmo, de práticas pedagógicas inadequadas ou mesmo em consequência de efeitos colaterais dos tratamentos a que são submetidos. Estes fatores igualmente contribuem para sua fragilidade emocional e para sentimentos negativos em relação à aprendizagem.
A transição de volta à sala de aula, quando possível, é desejável, uma vez que estudos evidenciam benefícios do retorno à escola para a criança ou jovem em tratamento contínuo de saúde. No entanto, também exige, além de ações pedagógicas específicas, ações cuidadosas do professor para que a reinserção aconteça de modo satisfatório e para que o clima emocional da sala de aula seja favorável para a retomada das atividades escolares pelo aluno e do sentido de pertencimento ao grupo.
O professor precisará estar preparado para lidar com a dimensão emocional do aluno. Conhecer melhor sobre as emoções poderá contribuir para que o professor compreenda e considere o estado emocional do aluno, buscando ações pedagógicas mais assertivas para fortalecer o vínculo do aluno com a aprendizagem. Favorecerá igualmente a percepção das emoções dos estudantes que vivenciam estas experiências, aumentando sua habilidade de empatia e de reconhecimento das reais necessidades emocionais destes alunos, fortalecendo as relações afetivas entre ambos.
Do mesmo modo, será essencial ter conhecimento e habilidades para manejar suas próprias emoções. Reconhecer que ser professor de um aluno que enfrenta a experiência de tratamento da doença crônica pode gerar no docente emoções e sentimentos de tristeza, medo, ansiedade e impotência. Tomar consciência e perceber o que sente frente à dor, à morte e ao sofrimento ampliará o repertório emocional do docente, permitindo elaborar os conteúdos emocionais e encontrar alternativas mais construtivas para reagir às suas emoções.
Além da necessidade da formação inicial e continuada no tema, é importante que o professor mobilize ações no sentido do autocuidado emocional, fortalecendo sua competência no âmbito das emoções.
Se você deseja saber mais sobre esse assunto, entre em contato conosco, teremos enorme prazer em ajudar.

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