Por Adriana Fóz. 

Em tempos atuais são múltiplos os desafios e velozes as mudanças em nossa realidade. A escola, as instituições, nestes tempos, é que precisam acompanhar a velocidade e ao mesmo tempo criar estrutura para que alicerces e paradigmas sejam material de construção educativo.

Treinar habilidades socioemocionais para o desafio das escolas do século XXI é necessário para que a educação continue “nos trilhos”. E mais, para que o protagonismo, a autonomia e o desenvolvimento saudável e integral do ser humano possa encontrar suas bases.

E o que é, afinal, aprendizagem socioemocional?

Nos Estados Unidos a Instituição Casel (Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), uma das mais renomadas do mundo acerca do tema, apresenta estudos e Programas dentre os quais, o programa SEL (Social and Emotional Learning).

Segundo o modelo CASEL a aprendizagem socioemocional é definida com base em cinco áreas:

Autoconsciência: conheça seus pontos fortes e limitações, com um senso bem fundamentado de confiança, otimismo e uma “mentalidade de crescimento”.

Autogerenciamento: gerencie efetivamente o estresse, controle impulsos e motive-se a estabelecer e atingir metas.

Consciência social: entenda as perspectivas de outras pessoas e tenha empatia com elas, incluindo aquelas de diversas origens e culturas.

Habilidades de relacionamento: comunique-se claramente, ouça bem, coopere com outras pessoas, resista a pressões sociais inadequadas, negocie conflitos de forma construtiva e busque e ofereça ajuda quando necessário.

Tomada de decisão responsável: faça escolhas construtivas sobre comportamento pessoal e interações sociais com base em padrões éticos, segurança e normas sociais.

No contexto escolar, a Aprendizagem Socioemocional (SEL – Social and Emotional Learning) envolve a integração de dois fatores inter-relacionados – desenvolvimento de habilidades e ambiente − a fim de promover a competência do desempenho escolar assim como o próprio desenvolvimento emocional e social dos professores e dos alunos.

Faz 3 anos que tenho participado de ações junto ao governo do Estado de São Paulo, principalmente junto a Secretaria da Educação para sensibilizar, promover e desenvolver estratégias de treino destas habilidades no contexto escolar. Com a nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC), o MEC prevê que o tema seja incorporado no currículo de todas as escolas brasileiras. O esforço será grande, pois tudo que gera mudanças de atitudes requer um esforço coletivo e individual imperativo.

Mas promover o desenvolvimento e treinamento de habilidades, tais como, habilidades de autogestão ou auto-regulação, tomadas de decisão responsável, de relacionamento, sociais e autoconhecimento não pode mais ficar fora das salas de aula e salas de reuniões pedagógicas. São várias as possibilidades de capacitação, treinamento e exercícios que podem ser feitos e vivenciados. E nós educadores não precisamos nos preocupar que será mais um peso, ou mais um trabalho, pois o que intermedia, atualiza e facilita só pode promover.

As competências intelectuais foram a bandeira do século XX, principalmente com os estudos das Inteligências Múltiplas do Americano Howard. Agora, a bandeira são as competências socioemocionais. Nem mais nem menos importantes. Porém emergentes, contundentes, prementes.

Os profissionais voltados à educação escolar não podem deixar de estudar esta “lição”!

Querem saber mais sobre o assunto? Acompanhe o nosso Programa 2020 do Curso de Competências Socioemocionais.

Para saber mais:
Em um site: Competências socioemocionais: como preparar alunos para o século 21 porvir.org/especiais/socioemocionais
Em uma tese: ABED, Anita Lilian Zuppo. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação básica. São Paulo: 2014.
Em um instituto: Instituto Ayrton Senna- Habilidades para o século XXI
Em um programa: TEDE: Competência social e arteterapia em um programa de intervenção na escola