[vc_row][vc_column][vc_column_text]Por Luiza Hiromi Tanaka.
Aumenta a agressão a professores nas escolas da rede estadual de São Paulo. É possível ao professor manter o equilíbrio emocional?
A reportagem do jornal Folha de São Paulo, de 02 de agosto de 2018, destaca o crescimento de casos de agressão a professores nas escolas da rede estadual de São Paulo em 189% do ano de 2017 para 2018, segundo Secretaria de Estado da Educação. Os professores atribuem esses comportamentos à falta de estrutura das escolas, das famílias e os mesmos sentem-se impotentes diante dessas situações.
A maior parte das reações violentas dos estudantes foi imediatamente após serem repreendidos pelos professores ou agentes dos estabelecimentos. Verificou-se que a maioria das agressões é verbal, mas há a ocorrência de violência física.
Diante do contexto apresentado, o professor torna-se vulnerável tanto às agressões dos estudantes como das famílias e crescimento da violência aumenta a tensão emocional. As reações do professor podem se manifestar em sentimentos de raiva, frustração, medo ou mesmo em distanciamento emocional. Estas reações em excesso diminuem a eficiência do sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a diversas doenças, e podem gerar estresse crônico, que está entre as causas de transtornos de ansiedade e depressão, com o consequente afastamento do professor da escola ou mesmo o abandono da carreira.
Atualmente, algumas instituições têm adotado programas estruturados de práticas baseadas em mindfulness (cultivo da atenção consciente) como um recurso no manejo das emoções desagradáveis. As práticas de atenção consciente levam as pessoas a incorporarem no cotidiano da vida a amabilidade consigo mesmas e depois com o outro, o que naturalmente diminui pensamentos ameaçadores que reforçam as reações de estresse.
Milhares de estudos publicados sobre os efeitos da prática regular da atenção consciente mostram efeitos como o incremento da produção dos neuro hormônios ocitocina e endorfinas, responsáveis pela conexão/afeto/relação e o bem estar, gerando vários benefícios como o aumento da imunidade. As práticas baseadas em mindfulness desenvolvem habilidades para relacionar-se melhor com as demandas do entorno sem ser tão afetado.
Sou professora certificada em mindfulness pela Breathworks do Reino Unido e do Respira Vida da Espanha. Conduzimos pela NeuroConecte dois programas de 8 semanas de Mindfulness para Saúde e Estresse, sendo esses certificados com selo de qualidade e reconhecimento internacional como programa de excelência.
Pesquisas comprovam que com 8 semanas de prática é possível modificar a estrutura cerebral, diminuindo a reatividade e aumentando o foco atencional e a memória. Além disso, melhora as habilidades para lidar com as diversas situações que se apresentam com maior capacidade de manter a mente estável e de lidar de forma mais realista. A prática de mindfulness diminui as reações provocadas pelos pensamentos e emoções desagradáveis e amplia os insights.
Nos trabalhos desenvolvidos pela Neuroconecte junto às escolas, verificamos que a maioria dos professores gostam de ser professores. Percebem a necessidade da afetividade na relação com os estudantes, que por sua vez enfrentam eles também questões emocionais. Há muito relatos sobre alunos que pedem a opinião dos professores para diversas questões pessoais que enfrentam e que aceitam os cuidados oferecidos pelos mesmos.
Portanto, o programa de mindfulness pode auxiliar os professores a desenvolver recursos para reconhecer e lidar melhor com as coisas agradáveis e desagradáveis da realidade por meio do cultivo da percepção das sensações do corpo, emoções e pensamentos, promovendo a tomada de decisão mais consciente nas diversas situações.
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Para saber mais:
Kabat-Zinn J. Mindfulness-based interventions in context: past, present, and future. Clin. Psychol. Sci. Pract. 2003;10(2):144-156.
Burch V. Viva bem com a dor e doença. 1a ed. São Paulo: Summus; 2011.
Davidson, R. O estilo emocional do cérebro. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
Kabat-Zinn J. Viver a catástrofe total: como utilizar a sabedoria do corpo e da mente para enfrentar o estresse, a dor e a doença. São Paulo: Palas Athena, 2017.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]