Todos os dias nos deparamos com notícias em relação a exponencialidade tecnológica, e muitas vezes nos vemos confusos, inseguros e não entendemos onde essa transformação irá nos levar como sociedade. Essas mudanças culturais que estamos convivendo, juntamente com as mudanças de comportamentos e as diferentes formas de relacionamentos, especialmente entre crianças e jovens, tiveram como consequência um grande impacto nos modelos educacionais.
Modelos que foram desenvolvidos quando a ciência se tornou o alicerce da educação, gerando um grande avanço no conhecimento. Porém, com o passar das décadas construímos um padrão educacional baseado na especificidade das disciplinas que não se relacionam e as conexões que existem entre elas tornaram-se invisíveis. Assim, com os avanços que se desencadearam no século XXI, provocando grandes efeitos sociais, nos vemos em um mundo cada vez mais complexo, e que exige a necessidade da multidisciplinaridade educacional, demandando dos futuros profissionais a criatividade, a cooperação e o protagonismo.
Mas, como desenvolver nossas crianças e jovens para essa mudança cultural?
Retornando para o que nós temos de mais humano, nossas emoções. Tornando, portanto, o processo educacional como um desenvolvimento integral do aluno e não apenas cognitivo. Uma vez que, ao mesmo tempo que o processo de aprendizagem ocorre mentalmente, ele também exige o desenvolvimento socioemocional, o que nos torna seres humanos múltiplos e integrados, criando a nossa identidade humana.
Segundo o artigo The Effects of Cognitive and Noncognitive Abilities on Labor Market Outcomes and Social Behavior (Os Efeitos das Habilidades Cognitivas e Não-Cognitivas no Mercado de Trabalho e no Comportamento Social), publicado no Journal of Labor Economics, educação socioemocional é o desenvolvimento de habilidades que permite que os alunos traduzam melhor suas intenções em ações, estabelecendo relacionamentos positivos com familiares, amigos, comunidade e estabelecem comportamentos que os distanciam de atitudes que coloquem sua saúde e bem-estar em risco.
Entretanto, esse desenvolvimento, não implica em não abordar o conhecimento cognitivo. Mas, em compreender as habilidades socioemocionais para facilitar o entendimento das disciplinas cognitivas. Assim, uma pesquisa realizada pela OCDE, afirma que quanto mais autoconfiança, motivação e expectativas os alunos desenvolvem, melhores são seus desempenhos em matemática e letramento.
São, portanto, habilidades que dentro de um conjunto de competências, ajudam crianças e jovens a lidar com suas emoções. O que não exige, necessariamente, a compreensão cognitiva, mas conhecimentos relacionados ao autoconhecimento, Inteligência emocional e construção de relações. Sendo essas essências para resolução de problemas, mediação de conflitos, facilidade para lidar com o risco e a ambiguidade, tornando-os cada vez mais confortáveis para enfrentar erros e frustrações. Formando indivíduos conscientes de suas emoções, capazes de protagonizar escolhas coerentes com seus valores pessoais.
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Referências:
Edgar Morin. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. Cortez Editora.São Paulo, 2014
OCDE. Competências para o Progresso Social: o poder das competências socioemocioanis. https://read.oecd-ilibrary.org/education/skills-for-social-progress_9789264249837-pt#page4
PORVIR, Especial Socioemocionais. http://porvir.org/especiais/socioemocionais/#avaliacao